Debochada de: Pai, mãe e estado civil

 

 

Enquanto você
Se esforça pra ser
Um sujeito normal
E fazer tudo igual
Eu do meu lado
Aprendendo a ser louco
Um maluco total
Na loucura real... 



Por muitas vezes me vi como a figura descrita por Raul Seixas na música Maluco Beleza, uma pessoa que se mantém a margem de discussões acaloradas, apenas assistindo aos berros e teorias que os lados levantam, sim por que elas sempre aparecem.

Mas então há momentos que as questões que sempre me mantenho a distância de um braço me atingem de alguma forma e é nesse momento que meus lados opostos oriundos da minha geminianidade entram em um profundo debate sobre o certo e errado.
Não, nada disso, eles entram na porrada mesmo e duelam por suas certezas. Mas então elas acabam por se tornarem as MINHAS VERDADES, MINHAS LUTAS, MEU LUGAR DE FALA, e essa posse sobre assuntos me assusta, me deixam em pânico a maioria das vezes.
Por muito tempo fui guiada pelo lado reativo que vive dentro de mim, agia depois pensava com calma e por vezes enxergava falhas dentro das minhas certezas. Hoje no auge dos meus 30 anos, a idade do sucesso - sim, obtenho sucesso em grande parte da minha vida, as que não obtive ainda é questão de rever se são necessárias, - mas não é essa a questão, sim o aprendizado que obtive com meu reacionismo desenfreado de outrora. E com ele veio a escolha de levar a vida com leveza, fazer piada ou até mesmo deboche, sim sou debochada de pai, mãe, estado civil e origem, como boa cearense o humor está em mim e ele me ajuda a colocar tico e teco que constantemente vivem se esmurrando de castigo e assim posso buscar soluções antes do desespero, respiro e refaço meus passos, olho para o céu e busco uma luz. Não importa, a vida já é complicada demais sem que eu tome posse de certezas absolutas, já está difícil respirar sem buscar razões para surtos em massa.

E esse caminho
Que eu mesmo escolhi
É tão fácil seguir... 

E eu sigo por aqui uma maluca total, debochada, piadista, as vezes racional, as vezes doida de pedra, mas há algo que nunca muda ao longo das minhas mudanças, o prazer de olhar para o espelho e ainda enxergar a mim mesma nele refletida, alguém ainda capaz de ri das muitas rasteiras que levo da vida.

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